quinta-feira, 16 de maio de 2013

Nunca mais

Nunca mais te escrevi. Nem sei já rabiscar, já não sei que pensar. Ainda não acordei e já nem sei falar.
Os dias vão-se contando, chuviscando rabiscos pelas paredes desertas da casa sombria, os momentos vão-me esmiuçando os sonhos condenados à triste aguarela que ainda seguras em teus braços. Podias ter salvo muito mais que esse esboço de perfeição, uma velha aguarela esbatida do cansaço dos anos. Deixaste para trás os sonhos que construímos e as paredes que erguemos, tudo por um pedaço de nada, amarelado do fadiga dos sois que a vão matando e a nós também. Nosso fim?
E jamais mais te rabisquei, desde então, já nem sei escrever.