Não percebo porque as pessoas se tratam com uma distância tão grande, apesar de "se gostarem" tanto… esta nova forma de se dizer as coisas e tratar os sentimentos, ridiculariza quem trata com carinho as palavras. Num mundo onde todos são cúmplices do mesmo mal, todos se rescrevem e plagiam, pois a verdade essa não existe…
Na minha aldeia as pessoas não se tratavam assim… mas por breves instantes nova gente apareceu e fez dela uma pequena vila, onde já não existia aquela afinidade, mas dentro do meu bairro… sempre contente e grandioso na sua pequena insignificância… Brevemente o meu bairro se tornou a minha aldeia e aquela pequena vila enfeitou-se para a chegada de meu novo ser, encostou-se à realidade, recebendo foral de alegria e de grande compostura…
O seu centro, sem saúde aparente, era redondo e entristecido por uma contente multidão… dentro de mim, renascia uma rua, cheia de tormentas e paredes grosseiras, se fez um bairro de simpatia e apaziguamento… A minha pequena cidade, agora grande metrópole recebera um novo “ele”, aperaltado para tal ocorrência, perdi-me na minha pequena rua… e “ele” passou a voz… e nós ficamos na nossa casa, sozinhos dentro de nós mesmos… despertos para a confusão que se criara à volta da sua voz…
Porque a minha rua era muito extensa a metrópole passou a estado e a condado… e país e continente… no fundo este é o meu mundo.
Continuo sem perceber porque as pessoas se tratam com uma indiferença tal, apesar de "se quererem" muito… esta nova forma de se falar as coisas e cuidar a índole, satiriza quem trata com afecto as palavras. Num universo onde todos são coniventes de idêntico erro, qualquer um se rescritura e copia, pois a verdade continua na minha posse…