sábado, 14 de agosto de 2010

Fósforo extinto

Caminho, em círculos encontro-me esquecido, num futuro tão real, como o quando nasci… um pretérito esquecido nos ventos da aurora… como numa chama que se apaga… como o fumo… esvai-se no ar, misturando-se com os pensamentos… os odores enfumados… pesquisando no ar… as cores de um odor, de um fumo desfeito… o brilho do fósforo que se desfaz num instante… e perde-se em cheiros…
Esquecido no ar, brilha na noite, por momentos rei da escuridão… semblante de quem se alter-ega… um ser mágico de cores utópicas… brilha ao relento de um caminho traçado… circulando o vasto negro do breu…
E com o seu fim, chega o meu terminus… queima-se mais uma vida… brilhou por momentos numa sociedade obscura… ainda reluz na minha memória… tocou alguns, acendeu momentos de alegria… mas hoje cessou a fantasia rumo ao além.
Amou no escuro e assim morreu.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Do mar ao deserto

De repente acordei, como um barco esquecido, apoderam-me do nada… num silêncio pedido, um sonho qualquer… e os olhos quentes… minguavam tua falta… sentiam-te aqui, tão longe de mim, tão perto de um abismo que eu criei… escondi os sonhos nas utopias que criei… deixei-os em alto mar… longe do deserto que percorro, sem mapa escrito, enfrento-me em areais esquecidos, repletos de barcaças perdidas… estéril, o meu caminho… procurando um oásis que me leve para longe… para perto de ti.