quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Num ápice

Num ápice se escreve o que sente o coração, o que ele demorou a construir durante vários anos e aprendeu a modelar-se às situações... não devemos negarmo-nos aos sentimentos, por mais recalcados que estes sejam.
Fiel a mim mesmo, sinto-me e escrevo-me, não para inglês ver, mas para me sentir, para gritar-me, para ouvires-me tão alto quanto o mundo... e se ainda assim não for suficiente, mato-me e ressuscito-me por ti...
Uma romã não se consegue esquecer, pois cada gomo guarda a sua sabedoria, a sua índole... não me vou esconder... não preciso...


Embaraço de vida
Constante e distante
Perdido e esquecido
Num presente tão infinito
Como um sonho contado

Provido de felicidade
Em teus braços me deleito
E teu perfume consumo

Disfuncional meu ser
Que se explica num ápice
De uma vida deslongada
Sem batimento
Sinto-me teu

Envergonhado em ti
Por te querer
Mais do que devia
Mais do que eu queria

E sem saber como
Apresento-me despido
Cheio de preconceitos
Morto em teu regaço
Abandonado a mim mesmo
Abdico-me por ti

Cheiro-me, mas cheiro-te
Teu inconfundível amar
Minha perdição
Meu medo, minha certeza
Atravancado…
Sinto-te-me.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

... a ti

Inventando precauções, como medo de ser excluído, com medo de me sentir fora… de não ser quem sou e procurar-me mais além. Falo-me e não me entendo-te… entristecido, acredito-me, acredito-te… pesquiso-me na esperança de me achar… de findar este pesadelo interno, que me consome e me mata a cada segundo e ainda me mata mais…
Revelo-me e atraiçoo-me em ti, mato-me e volto a tentar… regresso do reino esquecido e procuro-me… acho-me… perco-me… que quero? Que queres?
Um misto de nada, misturado num ser em profunda confusão que se procura-te… abraço-me na ânsia de ainda te sentir…
Quebro-me na noite escura e tento-me perfeito… vácuo frio, um inferno de comparações… não me mostro… esconde-me em ti… procura-me…
Sofro-te, faço-me mais e melhor e ainda assim mereço mais, mereces mais… preciso de sentir, preciso de um mundo maior… deixo a minha vida pela tua, deixo-te para te feliciar.
Deslumbrante, teu perfume, teu encanto, cada meneio, cada silêncio… porque tudo vive em mim, porque eu te vivo assim… e cada pensamento é teu, pois a vontade de te viver é tão ampla… um lago de magias e cantos e recantos encantados…

Enganamo-nos, queremo-nos esquecer-nos, perdendo os sonhos, alimentando pesadelos abandonados num passado remoto…

Algo que nunca o tinha escrito, algo que nunca tinha transmitido… e por ti, faço-o sem medo… Só quero fechar os olhos e ver-te de novo… a ti.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Quando as palavras me faltam

Quando as palavras me faltam e nem sei que dizer… como se ainda não se tivessem inventado, pois tudo o que me ocorre é tão vazio… como descrever … um vácuo de vocábulos ... sem cheiro, sem sabor, mas perfumando a tudo e sabendo a muito… a mais que muito, sabendo aquilo que não sei e te queria dizer… como se fosse mais que este mundo…
E acaba num simples olhar que fala mais que eu e vejo-te, sorrindo-me… tão presente e eu ali, procurando-me no universo as palavras ideais... em todas as línguas do mundo e no fim, perco-me em tua expressão...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Em ti

Na esperança da perfeição deixo-me cair no usual… procuro um espaço só meu e encontro-me no mundo de todos… afastado do sonho, pertenço-me e falto-me a mim mesmo…
Num outro lado, na margem oposta, sombrio e escondido… perco-me no negro, afastado de ti… pensando-me, persigo-te em busca de um barqueiro, um remo… um sonho que me faça chegar ao teu lado. Sem luz, guio-me, cego, por ti... e nós?
Somos nós, somos vários, somos muitos, vácuo, descontagem… dois, três… quantos somos? Sentes-me? Apodero-me de mim e com uma golfada de ar, tento a nado… mas nada… um vazio, um grande oceano de esperança, de… de falta, um mar de alegrias, com negras vagas gigantes, separei-me… deixei-me na outra margem e atravesso-te, atravesso-me… extraviado de mim mesmo… procuro-me e acho-te…
Consentido, aceito-me, aceito-me… aceitei-me? Quem sou? Procuro-me, nas estrelas, no céu… findo-me aqui, num ser, desvanecido… um ser de duas margens… onde estou? Onde estás?
E procuro-te, na esperança, no desejo de te encontrar… o meu desejo. Sentimentos… múltiplos… confiança, chego-te… medo e vontade, sozinho acompanho-te… busca-me, sente-me e revela-me…
Sinto-me, em ti, sinto-te…

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sonhos bons

Sonhos, sonhos daqueles que nos transportam para algo melhor... sonhos que nos fazem mais felizes ao acordar, que nos dão esperança de um nascer do sol mais belo, de um dia feliz... Sonhos, porque alguém também te sonha, alguém que se ocupou em te esquecer e agora só quer que te lembres dele... alguém que te sonha também... Sonhos com todas as cores, com todos os sabores... que saboreeis bem as cores da tua vida... para que eu possa de novo entrar e juntos sonharmo-nos...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Na praia dos meus sonhos

O areal que me convenceu:
A sonhar cada gesto,
A pensar cada traço...
Cada grão desse teu castelo!
Encantado por seu aroma;
E mil pormenores
E mais fantasias
E todos os servos
E sou seu servo...
E tu sempre princesa...

No meu areal,
Na paisagem ideal;
De um sol ao horizonte,
Escondendo-se no oceano.
Perdemo-nos...
Nas estrelas cintilantes,
Que buscam teu sorriso
E o cheio da lua.

O encanto de meu castelo,
Que o oceano me que quer roubar
E as quimeras que me consomem...
E vêem e vão...
No chamamento das ondas
Calmas e suaves...

Com todos os meus sonhos,
Sento-me na minha praia;
Penso no teu luar
E as ondas vêem
E as ondas vão...
Mas eu continuarei aqui,
Na praia dos meus sonhos.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Alguém te sonha

O meu pequeno mundo, o meu pequeno sonho... este que desaparece a cada segundo, a cada vácuo de imaginação e perco-me no transcendente... um além de imagens e cores, sons invisíveis e pesadelos desconhecidos...
Trinco-me na incerteza de quem quero ser, trinco os negros sonhos... e em efervescência toco-te... penso-nos e mato-me de seguida.
Cansado de me sentir culpado, culpo-me uma vez mais... porque me consumo e em ti me perco. Matem-me.
Talvez tenhas razão... sem medo, assombro-me... e ao ver-te, trinco-me-te... e um fim que não chega, que eu não sei se quero, que eu não vejo, mas quero-me morto, apenas vivo para mim.
Sem esperança, consumido por um ódio, por um sombrio sonho, sequestro-me e persigo-me na busca de uma direcção...
Sem vida, mato-me uma vez mais, escondo-me e procuro-me em ti... teus olhos fechados escondem-me... e onde estarei eu?