sábado, 10 de outubro de 2009

Alentejo

O desenho de uma paisagem... os ásperos traços que te definem a dourado espiga… sem as vidas de outrora crias mais, a nova ramagem, destruindo os empedrados terrenos crus. Nas sombras te consomem as longas e planas encostas de mais um avistado monte.
As paisagens planas encolhem-se nos segredos, nos vastos nenhures… plantados de verdes constantes… paz de alma nenhuma, abandonada à tua sorte.
Os cansados retalhos de gentes perdoam-te pelo nada que lhes fizeste crescer, têm-se e entendem-se tristes, num mar infértil, ausente e só.
Mais um céu que esmaga uma paisagem esquecida, mais uma aurora que te acorda para lá do rio… para além do Tejo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fácil e Eterno

Facilmente me envolves no encanto de teus braços...
Facilmente me apaixono por mais um simples e descuidado meneio teu...
Facilmente te envolvo em sonhos mil...
E eternamente te encontro para facilmente me amares.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eterno sentimento

A criação entranha-me em beijos ardentes, apaixonados e trémulos os movimentos incoerentes… procurando os cheiros de uma noite inacabada… os olhos tristes ainda esboçam a tua partida… ainda de te vejo esfumar no grito da alvorada.
O pesadelo invade a vontade de te ter, o desejo de sentir teu corpo de novo, entre a bruma esconde-te de mim e de meus constantes anseios… por entre o véu que nos une na cumplicidade de mais uma noite ainda viva e já morta talvez, abatida por uma saída repentina… um desencontro com o destino.
Poderoso, me levanto no meu trono de nadas… apenas entregue a ti… luz de uns olhos esquecidos de cor, de desejo… inúmeros passos em redor de teu encantado pedaço de arte… e ao recordar… chegam-me à cabeça palavras que não sei desenhar… leituras que não sei ouvir… um canto arco-íris, de um colorido nunca antes revisitado… e reservo-me na esperança de um eterno encontro, acostado a ti… meu rebelde sentimento.