sexta-feira, 29 de junho de 2007

Meu passado

Nasceu um dia um sonho. Uma realidade que desconhecia, o prazer de ser amado. Uma realidade que me jogou em teus braços, um sonho tardiamente pesadelado, num fundo poço sem retorno possível. Mil e uma juras de coisa nenhuma, sonhos esquecidos. Culpo-me, todos os dias, por tal erro meu. O que perdi, o que ganhei, mas sobretudo o que nunca tive, nem nunca poderei voltar a ter. O meu sonho, o meu mar… abdicado por um capricho, por mais uns dias… O sonho de um dia ser feliz, que se perdeu por ti. Por me quereres para ti, pela tua felicidade, não a minha.
E agora feliz em minha vida, trespassado pelo ardor da perda, perdi-me em silêncios e escutas ofuscas em juras falsas. O espaço separou-te e tu não aturaste a minha felicidade.
Sofri… chorei… morri talvez… mas com a dor nasce a força e em força me fiz mais eu… lutador e sonhador, de novo livre de choro… As afeições renasceram e o afastamento e a castidade morreram quando percebi, que já não te amo a ti.
Sentia apenas aquela falta de amor… mas ensinaste-me uma coisa belíssima, ninguém ama por fora, amam-se por dentro. Por fora um dia morreremos, mas o que está cá dentro há-de viver sempre… os nossos ideais hão-de gastar-se nas memórias de cada um dos que tocamos, eu aprendi, graças a ti a perceber que é preciso primeiro gostar de nós para gostar de alguém.
Amei-te quando me ensinaste a gostar de mim pelo que sou, pelo que sei fazer, não pelo que podia ou se… mas a realidade é que eu sempre aceitei tudo o que disseste e estaria mentindo se dissesse que eras ideal para mim. Confuso e sozinho parti para esta viagem a dois. Sozinho subi ao alto, arrisquei e sozinho consegui os meus ultrapassei os meus objectivos.
A ironia fez de mim a pessoa neste momento mais feliz. A coincidência de três meses depois, mostrar alguém que eu vejo como alguém que quis amar, alguém que demorei três penosos meses a entender. Alguém que eu me tinha esquecido. E agora, longe de ti, sinto um pesar, por não te ajudar como te ajudava, não te amparar… pois que me ama, me ampara e é grande o suficiente para se amparar, é alta o suficiente para a amar, existe e faz-me feliz.
“Amar-te-ei e sempre” de uma maneira especial, que se ama uma amiga, talvez a minha melhor amiga, que sabe toda a minha vida, a quem contei toda a minha vida, mas que sempre me desconfiou. Tenho pena, mas ao mesmo tempo te odeio pelo que hoje não sou e agradeço-te pelo que hoje sou.
A minha felicidade hoje foi construída com os erros do passado.

2 comentários:

Casimiro disse...

Assim chegaste a onde poucos chegam. Conseguiste ver nas cinzas um pedaço de erva a crescer. Tiveste coragem de admitir a realidade e não só o que (te) convinha. E acima de tudo, conseguiste escrevê-lo e mostrá-lo. Não é para todos.

Anónimo disse...

oi marconi!!!
esta lindo, simplesmente lindo e magnifico!!uma só palavra pa o descrever, TU!!!simplesmente TU!!!
gosto de ter cm amigo e colega pelas mtas malukeiras!!
bjinhos da guida