domingo, 15 de julho de 2007

Ainda continuo meu dono

Não percebo porque as pessoas se tratam com uma distância tão grande, apesar de "se gostarem" tanto… esta nova forma de se dizer as coisas e tratar os sentimentos, ridiculariza quem trata com carinho as palavras. Num mundo onde todos são cúmplices do mesmo mal, todos se rescrevem e plagiam, pois a verdade essa não existe…

Na minha aldeia as pessoas não se tratavam assim… mas por breves instantes nova gente apareceu e fez dela uma pequena vila, onde já não existia aquela afinidade, mas dentro do meu bairro… sempre contente e grandioso na sua pequena insignificância… Brevemente o meu bairro se tornou a minha aldeia e aquela pequena vila enfeitou-se para a chegada de meu novo ser, encostou-se à realidade, recebendo foral de alegria e de grande compostura…
O seu centro, sem saúde aparente, era redondo e entristecido por uma contente multidão… dentro de mim, renascia uma rua, cheia de tormentas e paredes grosseiras, se fez um bairro de simpatia e apaziguamento… A minha pequena cidade, agora grande metrópole recebera um novo “ele”, aperaltado para tal ocorrência, perdi-me na minha pequena rua… e “ele” passou a voz… e nós ficamos na nossa casa, sozinhos dentro de nós mesmos… despertos para a confusão que se criara à volta da sua voz…
Porque a minha rua era muito extensa a metrópole passou a estado e a condado… e país e continente… no fundo este é o meu mundo.

Continuo sem perceber porque as pessoas se tratam com uma indiferença tal, apesar de "se quererem" muito… esta nova forma de se falar as coisas e cuidar a índole, satiriza quem trata com afecto as palavras. Num universo onde todos são coniventes de idêntico erro, qualquer um se rescritura e copia, pois a verdade continua na minha posse…

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