sexta-feira, 28 de maio de 2010

E acaba assim...

Ainda ontem... ainda hoje...

Ainda hoje era pequeno e agora já cresci… sentei-me beirando um monte, perto daquelas flores que te colhi… sozinho esperei o raiar de um novo diz já esquecido… era um menino… era um sozinho…
Sentado continuei na ânsia de encontrar aquele carreiro pequeno que me levava a teu lugar, que se encontrava comigo e me ameaçava de amor… sozinho naquele monte enfrentei teu esplendor.
Cabisbaixo esperei horas a fio por um só sorriso por um só sinal… e o monte desapareceu no horizonte e o monte se desfez nas lágrimas da minha paixão… do alto da serra descia a ribeira da água alva… desciam os sentimentos… caminhavam para o bruto inferno dos oceanos inavegáveis… coalharam em minha face as lágrimas de um novo sal… seco, os céus, carregaram-se… como dobradas gotas atingiram-me o coração… sozinho enfrentei-as com as forças que já não tinha…
Agora… que o fogo consome meus restos… a chuva já cessou. Agora que o dia escurece… espera por ti este fogo da vida… em prantos o rio se desfez no sal de minhas lágrimas… secaram as fontes… finou-se a beldade…
Ainda ontem era pequeno… e hoje já cresci, as cores do mundo mostram-se tonais e os sons apagaram-se em fumos finos… engrossando a alma da minha paixão… sinais de fumo… à distância guardados…

domingo, 9 de maio de 2010

Céu ardente

Às vezes submeto-me às interjeições dos resquícios da mente… e por vezes consumo-me nas partidas do meu fado… escurece-me os deuses e brilham no céu minutos de loucura… os passos são dianteiros, mas o colorido faz-se fitando o celeste negro a escolher-se às luzes de uma ribalta efémera… de uma alva madrugada que procura-nos no meio de um alto castelo… salpicando-me de vontades e um colorido sorriso que desvenda um presente áureo…