quinta-feira, 22 de maio de 2008

Levantar-me-ei

Aqui estou, mais livre e mais certo... sem medo de ser quem talvez não seja, mas com a ânsia de poder mostrar aquilo que posso ser.
Escondido, mas tão aberto… aberto para um mar de emoções que me preenchem, que me escolhem, que se escolhem com um toque; como a poda, como o entrelaçar recatado de dois raios de luz; um beijo de eclipse… um sol, uma lua…
Talvez sozinho, fardando uma crise, carregando uma herança, herdando um passado recente aberto e presente… para quem vê, para quem o proclama… a quem se afirma dono de coisa alguma…
Um angariador de sonhos, das ilusões dos outros, das motivações alheias…
Revês-te em ti? Se me revejo em mim… se me sonho assim, mastigando a comida de alguém, abrangendo um milhar e muitas mais formas de pensar, gastando meus molares com os engasgos de outrem… sufocando-me nas espinhas, nas entranhas de um pesadelo alheio… criando vagas enormes de pensamentos negros, gáudiando outros com minhas derrotas… e quando me curvo… quando tenciono baixar-me a fim de me tocar mais de perto, aparecer uma câmara, pronta a asfixiar meus momentos baixos… como uma África e um Leão caçado…
Pesadelos.
Construções da mente de alguém, que me atormentam, mas não me consomem. Pois só eu me consumo, em júbilo me afirmo eu, afirmo-me mais ainda que eu… afirmo um ser incomparável que se ouve, se mastiga e se engasga em si mesmo, que sabe parar e afastar… sabe cair e a partir de hoje, sabe-se levantar.
Como me sinto? Espelho de mim mesmo, entroncado por ossos repletos de uma mescla de carnes e cheiros, por viscosidades e suor; suor de um ser que se cansa de se ser, que se cansa de viver, mas sobretudo que se cansa de tentar dar a volta, tentar voar mais alto e enfrentar todos os castigos e todos os mendigos de uma vida.
Escravo das palavras, mato-me uma vez mais, mas desta vez num sonho que quero viver, numa realidade que quero abraçar, como se fosse a minha, de maneira a sonhar aquilo que sempre quis sonhar, a minha felicidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sê feliz Marco.