domingo, 17 de fevereiro de 2008

... a ti

Inventando precauções, como medo de ser excluído, com medo de me sentir fora… de não ser quem sou e procurar-me mais além. Falo-me e não me entendo-te… entristecido, acredito-me, acredito-te… pesquiso-me na esperança de me achar… de findar este pesadelo interno, que me consome e me mata a cada segundo e ainda me mata mais…
Revelo-me e atraiçoo-me em ti, mato-me e volto a tentar… regresso do reino esquecido e procuro-me… acho-me… perco-me… que quero? Que queres?
Um misto de nada, misturado num ser em profunda confusão que se procura-te… abraço-me na ânsia de ainda te sentir…
Quebro-me na noite escura e tento-me perfeito… vácuo frio, um inferno de comparações… não me mostro… esconde-me em ti… procura-me…
Sofro-te, faço-me mais e melhor e ainda assim mereço mais, mereces mais… preciso de sentir, preciso de um mundo maior… deixo a minha vida pela tua, deixo-te para te feliciar.
Deslumbrante, teu perfume, teu encanto, cada meneio, cada silêncio… porque tudo vive em mim, porque eu te vivo assim… e cada pensamento é teu, pois a vontade de te viver é tão ampla… um lago de magias e cantos e recantos encantados…

Enganamo-nos, queremo-nos esquecer-nos, perdendo os sonhos, alimentando pesadelos abandonados num passado remoto…

Algo que nunca o tinha escrito, algo que nunca tinha transmitido… e por ti, faço-o sem medo… Só quero fechar os olhos e ver-te de novo… a ti.

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