domingo, 10 de fevereiro de 2008

Em ti

Na esperança da perfeição deixo-me cair no usual… procuro um espaço só meu e encontro-me no mundo de todos… afastado do sonho, pertenço-me e falto-me a mim mesmo…
Num outro lado, na margem oposta, sombrio e escondido… perco-me no negro, afastado de ti… pensando-me, persigo-te em busca de um barqueiro, um remo… um sonho que me faça chegar ao teu lado. Sem luz, guio-me, cego, por ti... e nós?
Somos nós, somos vários, somos muitos, vácuo, descontagem… dois, três… quantos somos? Sentes-me? Apodero-me de mim e com uma golfada de ar, tento a nado… mas nada… um vazio, um grande oceano de esperança, de… de falta, um mar de alegrias, com negras vagas gigantes, separei-me… deixei-me na outra margem e atravesso-te, atravesso-me… extraviado de mim mesmo… procuro-me e acho-te…
Consentido, aceito-me, aceito-me… aceitei-me? Quem sou? Procuro-me, nas estrelas, no céu… findo-me aqui, num ser, desvanecido… um ser de duas margens… onde estou? Onde estás?
E procuro-te, na esperança, no desejo de te encontrar… o meu desejo. Sentimentos… múltiplos… confiança, chego-te… medo e vontade, sozinho acompanho-te… busca-me, sente-me e revela-me…
Sinto-me, em ti, sinto-te…

Sem comentários: