quinta-feira, 29 de julho de 2010

Momento de silêncio

Os esquissos de um novo momento que vou reavaliando a cada segundo estão mais seguros que os alicerces de minha fundação… e os gritos de revolta vão ecoando pelas paredes ocas de uma árvore… vão se difundindo pelos arredores… experimentando novos sabores, novas cores de insatisfação… o fim está próximo e a corda já está muito justa… há-de se partir… até lá continuo… ouvidos surdos aos gritos de tremor… aos medos do desconhecido… lembrando o futuro como um cheiro do presente ainda perfeito… magoado penso sozinho visões do infortúnio…
A lista está feita… sacola ao ombro e sigo viagem… julgo aprender lições, mas no fundo embrulho-me nas redes de um abismo sem fundo… tento esquecer-me e adormecer… mas a dor fica cá sempre… explicando-me que ainda estou vivo… que ainda sinto, mesmo que seja só flagelo… sinto-me vivo para poder cerrar os olhos e embriagar-me nos devaneios do insuportável… calam-se-me os esquissos… que o momento é de silêncio. Padeço de satisfação, procuro-me ainda nos desencontros da certeza.

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