sexta-feira, 30 de julho de 2010

Devaneios de uma Bailarina

Os achamentos e as procuras inadiáveis… os encontros e os esquecimentos incompreensíveis… momentos de pausas inqualificáveis por entre parênteses perdidos… o chão que se abre e afasta para um fundo esquecido… e os olhos dela tremiam reluzindo aquosos da noite passada… fugiam para o nada, esqueciam-se dos sonhos que construíra, apenas se fixava numa realidade que não era a dela, mas que a consumia… os medos dos outros a corroíam… e as lágrimas afastavam-na da realidade… os seus olhos já não eram seus…
Os passos eram trémulos… o chão se desfazia… os meneios eram os gestos de quem sofre… de quem se prende a uma farsa e que a repete vezes sem conta…
A realidade tinha uma outra vista, olhava os pesadelos de alguém… velava a sua vida em busca do tenebroso… em gáudios de morte evocava-se esquecida no abismo da sua vida. Tremida a visa, descobria lá em cima o azul celeste… encantava-se por sentir que já pouco faltava… e quando a chuva cessou… saiu correndo para bailar mais um dia.

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