segunda-feira, 30 de abril de 2007

Sonhos maus

Num crescer de uma palavra, na ascensão deste sonho, como se de uma vida se tratasse… este conjunto de imagens que retratamos e vemos tão nitidamente e o que nos custa… dizer aquilo que vemos e pensamos que, por vezes inconveniente/contra-senso, acusamos falsa segurança pelos que nos rodeiam e vivemos acorrentados ao sonho inoportuno.

Falseamos uma vida de outros sonhos, que não nossos, sonhos lidos e belos que a outrem pertencem… e quando julgamos conhecer bem alguém… arriscamos uns surdos sons sobre o nosso devaneio, então, desaba-se tudo… acabamos a confiança, esgotamos os sentimentos e sonhamos os sonhos pesadelados errados e mortos, pensamentos que nos rebaixam e calamos a índole… pertencemos a esta sociedade, que se corrompe com a nossa corrupção… os nossos falsos sonhos e tudo o que os envolve… e se tu me dizes que não, eu calo-me, pois és sociável e eu é que estou errado…

Que quando sonho é falso, porque a sociedade assim o diz, porque não posso sonhar? Que me trai desta forma tão áspera, falseando minhas noites encolhendo meus milagres, enegrecendo a imagem que eu tenho de mim e de toda a paisagem da sociedade que não existe, da fantasia que por ti sinto… será isso real? Porque posso te sentir assim tão perto e tão longe? Quem me sonha? Porque não sei quem me sonha? Será que alguém me sonha?

Mais um pedaço de vida que se pergunta por si, se aclama e se mata… se esforça por algo que um dia já não conta, que sentimentos idolatrar? Amor, vaidade, virtuosidade, ódio? Que gáudio tenho se não se conhece quem me responda…

E sem querer, acabo adormecendo num profundo devaneio de letras e imaginações e se te imagino, sou incerto… porquê? Porque sonhamos mal?

De uma forma esquecida, devaneio estes pensamentos que palavreio… e sem mais nada a perder, foco-me em mim… Quem sou? Um pequeno grão que cimentam uma família, ou um grande rochedo de uma futura linhagem? Porque existo eu? Será só um acaso ou um destino já traçado? Porque teria eu de pensar nisto, quando pessoas morrem neste momento, nascem, será que alguém pensa como eu? Quem me sonha?

Parágrafos de vida que não sei responder… porque existimos nós? Qual o intuito de morrer e não saber quando acontecerá… se amanha eu me lembrar do sonho de hoje… serei mais feliz? Pertences de uma vida que se esqueceu de respostas, ou se esqueceram das perguntas?

Serei único ou existe mais alguém? A ilusão que faço por ti… fazes tu por mim? Sonhos e devaneios que nem sempre são correctos… São sonhos que temos… e esquecemos. Já mortos, um dia… ressuscitaram…

E tu… sonhas-me?

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